A biodiversidade (diversidade biológica) descreve a riqueza e a variedade do mundo natural. É o conjunto de todos os seres vivos existentes, o que inclui todas as plantas, animais e microorganismos da Terra, que fornecem alimentos, remédios e boa parte da matéria-prima industrial consumida pelo ser humano.
O Brasil é considerado o país da “megadiversidade”: aproximadamente 20% das espécies conhecidas no mundo estão aqui. Os biomas com maior biodiversidade são a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica.
Biodiversidade Amazônica
Possuindo a maior biodiversidade do planeta, a Amazônia ainda reserva muitos segredos desconhecidos da humanidade. As florestas da região concentram 60% de todas as formas de vida da Terra, mas calcula-se que somente 30% de todas elas são conhecidas pela ciência. Quantos segredos e novas espécies de peixes, pássaros, animais, bichos e microrganismos ainda desconhecemos? Toda essa diversidade biológica encontra abrigo na densa vegetação amazônica.
A biodiversidade do bioma contribui para estabilizar os ecossistemas da região, que por sua vez, influencia o equilíbrio ambiental de todo o planeta. Por mais que seja um exagero dizer que a Amazônia é o pulmão do mundo, pode-se afirmar que ela é uma espécie de ar-condicionado do planeta, sendo a maior área de floresta tropical contínua da Terra e o único local na faixa de latitude que não é um deserto. Além disso, a floresta influencia o regime de chuvas na região e é responsável por levar umidade, por meio dos rios aéreos, para toda a América do Sul, inclusive para as áreas agrícolas no Centro-Oeste e Sudeste do Brasil.
A Floresta Amazônica é um mundo, e um mundo que ainda precisa ser pesquisado mais profundamente, pois a quantidade de medicamentos, produtos e inovações biotecnológicas que podem sair de lá é praticamente ilimitado, uma riqueza imensurável. Por isso, é preciso trabalhar na preservação do bioma, para que no futuro possamos realizar o desejo de conhecer melhor a biodiversidade amazônica.
Biodiversidade da Mata Atlântica
A Mata Atlântica, que foi devastada à exaustão desde o início da colonização portuguesa, tem a menor cobertura original de vegetação entre todos os biomas brasileiros, algo em torno de 12%. Inúmeras espécies da flora e fauna estão em risco de extinção, entre elas o pau-brasil, árvore endêmica da Mata Atlântica que batizou o país. Assim como o Cerrado, a Mata Atlântica é um hotspot de biodiversidade, ou seja, um bioma com quantidade notável de espécies, mas em estado crítico de conservação.
O bioma abriga o maior número de espécies endêmicas de aves no Brasil e é um dos ecossistemas mais diversos para este grupo em todo o planeta. Um dos valores oficiais utilizados pela ciência é de que o bioma apresenta 682 espécies de aves, sendo 199 delas endêmicas. Ele é apontado por diversas fontes, em diferentes contextos e escalas, como um dos ecossistemas com a biodiversidade mais rica do mundo, das 160 espécies de aves ameaçadas no Brasil, 98 vivem na Mata Atlântica.
Para a flora, são conhecidas cerca de 20 mil espécies, com uma taxa de endemismo de aproximadamente 45%. Outro destaque é a variedade de primatas encontrada na Mata Atlântica, mas o mais importante é o endemismo, pois a maioria dos primatas da Mata Atlântica só é encontrada lá, e grande parte está ameaçada de extinção. Ao todo, são 23 espécies registradas no bioma, 18 delas endêmicas, das quais 12 estão ameaçadas de extinção.
Fonte: https://www.iberdrola.com/sustentabilidade/perda-de-biodiversidade
Perda de biodiversidade
A perda de biodiversidade se refere à redução ou desaparecimento da diversidade de seres vivos que habitam o planeta, seus diferentes níveis de organização biológica e sua respectiva variabilidade genética, assim como os padrões naturais presentes nos ecossistemas.
A biodiversidade do planeta está ameaçada e o principal culpado é aquele que, paradoxalmente, mais depende dela: o ser humano. Frear a perda de biodiversidade é um dos grandes desafios da humanidade. Por isso, cada indivíduo em âmbito pessoal pode colaborar para reverter este quadro catastrófico, e assim manter a diversidade da vida.
Causas e consequências
A destruição de habitat, o uso excessivo dos recursos naturais, a introdução de espécies invasoras, a poluição, a expansão da fronteira agrícola em detrimento dos habitats naturais, a expansão urbana e industrial, tudo isso está levando muitas espécies vegetais e animais à extinção.
A destruição de habitat naturais é uma das principais causas de perda de biodiversidade. Isto ocorre normalmente devido ao desmatamento, que é gerado principalmente pela expansão de áreas agropecuárias, exploração de madeira e mineração. A cada ano, aproximadamente 17 milhões de hectares de florestas tropicais são desmatadas no mundo. As estimativas sugerem que, se isso continuar, entre 5% e 10% das espécies que habitam as florestas tropicais poderão estar extintas dentro dos próximos 30 anos.
A introdução de espécies invasoras de animais e vegetais em diferentes ecossistemas também é muito prejudicial, pois acaba colocando em risco a biodiversidade de toda uma área, região ou país. As espécies exóticas invasoras são a segunda causa de perda de biodiversidade no mundo de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Essas espécies agem como depredadores, competem pelos alimentos, se hibridizam com as espécies nativas, trazem parasitas, doenças e muito mais danos.
A excessiva exploração dos recursos naturais é outra relevante causa de perda de biodiversidade, pois o consumo dos recursos em uma velocidade maior do que a sua capacidade de regeneração natural tem consequências negativas evidentes na flora e fauna do planeta. Um exemplo é a extração de minérios, como o chumbo e o zinco, que contamina e polui os recursos hídricos e o solo, devido à grande concentração de arsênio em seus rejeitos, gerando assim danos terríveis aos ecossistemas.
Cabe ressaltar, o impacto das mudanças climáticas na vida de todos os seres vivos existentes no planeta, pois seus efeitos prometem ser devastadores devido ao aumento da temperatura média da Terra, que resultará em graves problemas, tais como: elevação do nível do mar devido ao derretimento das calotas polares, causando inundação de cidades litorâneas e ilhas; maior frequência e intensidade de desastres, como furacões, enchentes e secas; redução na produção de alimentos; desertificação; perda de habitat e extinção de espécies.
Conclusão
A natureza não veio com um manual de instrução. Estamos entendendo agora um pouco do papel de cada peça. Animais de grande porte, como: onças, antas, muriquis e queixadas desempenham papéis fundamentais no funcionamento das florestas, e a perda deles traz consequências para a continuidade do equilíbrio natural dos ecossistemas terrestres, que por sua vez, impactam na nossa própria qualidade de vida. Os cientistas buscam proteger e entender os animais porque eles têm um papel essencial na manutenção dos ecossistemas.
Coronavírus e a Biodiversidade
Fonte: https://www.voicers.com.br/corona-virus-e-a-biodiversidade
Em 2017, a WWF publicou um relatório internacional, realizado por inúmeros cientistas e pesquisadores de diversos países, baseado em uma coletânea de estudos de uma década, para avaliar a queda da biodiversidade. O mais importante não era somente registrar a imensa perda de espécies que está sendo observada, mas também a consequência deste fato em nossas vidas, tendo como destaque a questão da saúde pública.
O surgimento da COVID-19 enfatizou o fato de que quando destruímos a biodiversidade, destruímos também o sistema que sustenta a vida humana. Quanto mais biodiverso é um ecossistema, mais difícil é para um patógeno se espalhar rapidamente. Por outro lado, a perda de biodiversidade favorece a transmissão de patógenos entre animais e pessoas, facilitando assim o aparecimento de doenças, que podem gerar epidemias/pandemias e causar sérios danos a toda humanidade.
As ações humanas, como o desmatamento, a destruição de habitats naturais, a expansão das áreas agropecuárias e a excessiva exploração dos recursos naturais, interferem profundamente no delicado equilíbrio da natureza. Ao modificarmos o sistema que naturalmente nos protegeria, criamos condições que permitem que patógenos específicos, como o Coronavírus, se espalhem.
A natureza purifica o ar que respiramos e a água que bebemos, produz a variedade de alimentos necessários para manter-nos saudáveis e resistirmos a doenças. As florestas fornecem matéria-prima para o desenvolvimento de medicamentos e ajuda a mitigar o impacto das mudanças climáticas ao absorver carbono, regulando assim a temperatura do Planeta.
A COVID-19 nos apresenta uma oportunidade de repensar nossa relação com a natureza e reconstruir um mundo ambientalmente mais responsável. Precisamos perceber melhor a dinâmica da vida e entender que ela funciona como um sistema integrado, no qual cada parte desempenha um papel importante. Quando um componente é alterado ou excluído, o sistema inteiro é afetado, e isso pode produzir consequências negativas gravíssimas. Por isso, temos que repensar urgentemente as atividades humanas, dando o devido respeito à natureza.
Fonte imagem: https://fmnews.com.br/2019/05/22/o-dia-internacional-da-biodiversidade-relembra-a-valia-da-consciencia/
Fonte: Amazônia. National Geographic, 2017. Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/natgeo-ilustra/amazonia. Acesso em: 24 abr. 2021.
Fonte: Biodiversidade na Amazônia. Ambientebrasil, 2021. Disponível em: https://ambientes.ambientebrasil.com.br/amazonia/floresta_amazonica/biodiversidade_na_amazonia.html. Acesso em: 24 abr. 2021.
Fonte: A importância fundamental da biodiversidade da Amazônia para o mundo. The World Bank, 2019. Disponível em: https://www.worldbank.org/pt/news/feature/2019/05/22/why-the-amazons-biodiversity-is-critical-for-the-globe. Acesso em: 24 abr. 2021.
Fonte: Mata Atlântica. National Geographic, 2017. Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/natgeo-ilustra/mata-atlantica. Acesso em: 25 abr. 2021.
Fonte: Perda de biodiversidade: um risco para o meio ambiente e para a humanidade. Iberdrola, 2021. Disponível em: https://www.iberdrola.com/sustentabilidade/perda-de-biodiversidade. Acesso em: 26 abr. 2021.
Fonte: O que é biodiversidade? WWF, 2021. Disponível em: https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/biodiversidade/ Acesso em: 26 abr. 2021.
Fonte: A relação entre biodiversidade e coronavírus. World Environmental Day, 2021. Disponível em: https://www.worldenvironmentday.global/pt-br/voce-sabia/relacao-entre-biodiversidade-e-coronavirus. Acesso em: 27 abr. 2021.
Fonte: Coronavírus e a biodiversidade. Voicers, 2017. Disponível em: https://www.voicers.com.br/corona-virus-e-a-biodiversidade/.Acesso em: 27 abr. 2021.
